A INFLUÊNCIA CRISTÃ NA SOCIEDADE PÓS-MODERNA



A INFLUÊNCIA CRISTÃ NA SOCIEDADE PÓS-MODERNA
TEXTO: Mt. 5:13-16
INTRODUÇÃO
O que é pós-modernismo?
Pós-modernismo é o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950, quando, por convenção, se encerra o modernismo. Ele nasce com a arquitetura e a computação nos anos 50. Toma corpo com a arte Pop nos anos 60. Cresce ao entrar pela filosofia, durante os anos 70, como crítica da cultura ocidental. E amadurece hoje, alastrando-se na moda, no cinema, na música e no cotidiano programado pela tecnociência (ciência + tecnologia invadindo o cotidiano com desde alimentos processados até microcomputadores), sem que ninguém saiba se é decadência ou renascimento cultural.

O cenário das grandes transformações no modo de agir e pensar das pessoas até chegar à era pós-moderna tem início no final da Idade Média ou “Era das Trevas”, e o início da Idade Moderna, que abrangem um período que vai do século XIII a meados do Século XIX. O Renascimento, Renascença ou Renascentismo marcaram o período com “transformações em muitas áreas da vida humana,... na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais” (Wikipédia)
Começaria uma evolução positiva por um lado, mas negativa por outro. Como vimos o Renascentismo e no século XVIII o Iluminismo, causaram grandes transformações no mente das pessoas. O mundo deixava de ser predominante religioso, tendo Deus como o centro e passa viver em função das artes, da cultura, da ciência. É a era do cientificismo. O método experimental da ciência deveria ser aplicado também a Bíblia e o que não fosse comprovado cientificamente deveriam ser considerados um mito. O homem ocupa o lugar central. É a era do Humanismo.
Mas, assim como todos os outros sistemas haviam passado, esta era moderna daria lugar ao que nós chamamos de pós-modernismo.
Com o fim das duas grandes guerras mundiais aconteceram muitas mudanças na forma de se pensar sobre os valores da vida e do mundo. Os sonhos ideários do homem morrem soterrados nos escombros das bombas lançadas sobre Hiroxima e Nagasaki.
A era pós-moderna, contrapondo-se, se diferencia da sua antecessora não por um retorno à verdade divina como absoluta, como na Idade Média, mas negando qualquer verdade absoluta. Surge daí o relativismo tão característico do pós-modernismo. Ou aceitando todas as crenças, todas as religiões. É o pluralismo religioso. Na contramão do ocidentalismo surgiu uma procura pela cultura e religião oriental. Hoje o homem pós-moderno é mais zen, pratica Yoga, medicina alternativa, uso de cristais. É um ser místico.   
Outras características desta era são o capitalismo, o consumismo desenfreado, devido à ênfase tecnológica, o materialismo, e o individualismo.

ELUCIDAÇÃO:
O Evangelho segundo Mateus foi escrito pelo discípulo Levi ou Mateus, um ex-cobrador de impostos convertido em seguidor de Cristo.
O tema central abordado por Mateus é o Reino dos céus, ou Reino de Deus. Por isso, ele apresenta Jesus como o Rei dos Judeus, começando desde a genealogia (cap.1), ligando Jesus como descendente do rei Davi.
Os judeus esperam um “messias” político que viesse restaurar o reino de Israel perdido desde os tempos do Império da Babilônia, com Nabucodonosor.
Jesus não se parecia em nada com o tipo de “messias/rei que eles aguardavam.
O objetivo de Mateus neste evangelho é provar que Jesus é o Messias, o Rei dos Judeus, mas que o reino que ele veio implantar não era um reino físico, nem político, e sim, um reino espiritual estabelecido no coração de cada pessoa que crer que Jesus é o Cristo e aceita seu senhorio sobre sua vida.
Do capítulo 5 a 7 encontramos o conhecido Sermão do Monte. Esse conjunto de ensinos feitos por Jesus, sentado sobre o Monte das Oliveiras, é considerado como “um Código de Ética” do seu Reino.
Sendo assim, que fosse seguir a Jesus seria um cidadão do seu novo reino e deveria conduzir-se de acordo com esse código ético.
Um fato que chama a atenção nossa e encaminha para o que vamos falar aqui é que esses ensinos vão de encontro aos padrões vividos e aceitos como normais nas culturas não cristãs. Não apenas a cultura judaica ou pagã da época de Jesus, mas as culturas de todas as épocas e de todos os lugares da terra que se opõem aos padrões divinos.
Desde a queda do homem no Éden que a sociedade anda dividida em duas sociedades. Por um lado, temos os que seguem a serpente (Caim, Os Moradores de Babel, povos pagãos) contrapondo-se aos que temem e seguem a Deus (Abel, Sete, Noé, Abraão, Israel, Igreja).
Por isso ser cristão, um verdadeiro cidadão do reino de Cristo implica em andar na contramão do mundo. Andamos literalmente do lado oposto do sistema maligno que domina este mundo.
Diante disto queremos declarar como proposição da nossa mensagem que:

TEMA: O CRISTÃO DEVE EXERCER SUA INFLUÊNCIA NA SOCIEDADE EM QUE ESTÁ INSERIDO
Como? O que é preciso?
É preciso...
1.    SER ANTES DE FAZER
“Vós sois o sal”...; “Vós sois a luz”...
A questão do ser deve vir antes do fazer ou do ter. Somos muito preocupados com o que vamos fazer, pois é isto que chama mais atenção. O exterior pode ser visto a distância pelas pessoas em nossa volta, já o interior, só Deus conhece de verdade. Porém, mais importante do que fazer é ser. Quem faz, sem antes ser realmente o que faz, não passa de um hipócrita como os fariseus dos dias de Jesus.
É preciso que haja verdadeiros cristãos para que o mundo receba nossa influência e as pessoas sejam influenciadas por esses valores e não com os do sistema onde elas vivem.
Vivemos numa sociedade onde a maioria se denomina cristã. Mas, onde estão os valores cristãos na vida destas pessoas? Qual o perfil da sociedade atual, conhecida como pós-moderna?
Esta sociedade que estamos inseridos nela é caracterizada por sua falta de valores. Principalmente os valores morais e familiares. A influência da mídia, especialmente a Televisão e a internet, dominada e ocupada por pessoas que não tem nenhum compromisso com os padrões bíblicos, tem ditado as regras de comportamento da maioria das pessoas, inclusive de muitos que se dizem “cristãos”.
A formação do caráter das pessoas, dos nossos dias, não está baseada na Bíblia ou mesmo na tradição e nos costumes passado, mas no modelo “mundo pós-moderno”, onde tudo é relativo e é proibido proibir. Estamos na era do relativismo, do “libera geral”, “pode tudo”, “o importante é ser feliz”.
É preciso termos consciência de que somos cidadãos do “Reino dos Céus”, embora, também sejamos cidadãos desta terra. Nossa identidade e caráter de cristãos e verdadeiros discípulos de Cristo precisam passar pelo crivo da autenticidade. “Sou mesmo um cristão?” (II Co.5:17)
         Antes de Jesus dizer o que seus discípulos deveriam fazer, ele diz o que eles são: “Vós sois o sal...”, “vós sois a luz...”; pouco antes eles ele havia falado sobre as bem-aventuranças, dizendo que são felizes os “vazios de si”, “os que sentem profundamente por seus pecados”, “os limpos de coração”, “os que se rendem a Deus”, “os que buscam a paz”, “os perseguidos”.
Observe! Jesus não enfatizou a questão do fazer, do “faça e seja”, mas do ser, “seja e o que você fizer fará a diferença”. SER É O BASTANTE!

2.      OCUPAR SEU LUGAR – “ONDE”
sal da TERRA...”; “...luz do MUNDO”
Devo exercer diferença onde?
Nosso papel só pode ser exercido onde as pessoas são diferentes de mim e eu sou diferente delas. Se existe uma sociedade da qual eu possuo valores diferentes é lá que eu tenho que exercer meu papel de sal e luz. Isto significa que o lugar para sermos santos não é dentro da igreja e sim no mundo. O sal dentro do saleiro não faz diferença, nem a luz onde já tem iluminação brilhando, mas é onde falta sal e nas trevas que o sal e a luz fazem diferença.
Na oração sacerdotal (João 17) Jesus pede ao Pai, intercedendo por seus discípulos: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou” (João 17:15-16).
Jesus nunca viveu, nem tão pouco ensinou a falsa piedade, o monasticismo ou o afastamento das pessoas que são diferentes de nós. Não participava desse ceticismo religioso que havia na época causado pelos fariseus, nem se enclausurou isolado da sociedade ímpia como os essênios da Comunidade de Qumran às margens do mar Morto. Ele quebrou todos os tabus e paradigmas da época quando comeu na casa de pecadores, conversou publicamente com mulheres, inclusive adulteras, entrou em terras de samaritanos e tocou em pessoas com lepra.
“O maior santo que já pisou nessa terra, foi considerado amigo de publicanos e pecadores” (Pr. Hamilton Medeiros).   
Jesus gostava de está onde tinha gente e nunca fez acepção de pessoas.
“Por que o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc. 19:10)

3.      EXERCENDO O NOSSO PAPEL DE AGENTES DE TRANSFORMAÇÃO
“Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa.

Jesus recorreu a duas metáforas domésticas, muito comuns e utilizadas naquela época. O sal e luz são figuras que denotam sua influência para o bem no mundo, assim como Jesus queria que os seus discípulos também exercessem sua influência.
O sal (ainda não havia refinarias) tem inúmeras funções, mas as duas mais comuns são: dar sabor e preservar, evitar que as carnes entrem em decomposição.
A luz (pequenas lamparinas de barro) ilumina e dissipa as trevas. Na Bíblia luz indica o verdadeiro conhecimento de Deus (Sl. 36:9; a bondade, a justiça e a veracidade (Ef.5:8,9); deleite, alegria e verdadeira felicidade (Sl.97.11;Is. 9:1-7).
O próprio Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo.8:12). Não temos luz em nós mesmos, mas refletimos a luz de Cristo que brilha através de nós, como Paulo escreveu em Filipenses 2.15: “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo” e em Efésios 5:8-9: “pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (pois o fruto da luz está em toda a bondade, e justiça e verdade).
A função do sal é negativa: evitar a deterioração. A função da luz é positiva: iluminar as trevas. Portanto, devemos não apenas impedir que o mundo se torne cada vez mais apodrecido, mas temos que promover as mudanças que a luz promove quando retira as trevas de um ambiente escuro.
“Por meio da graça comum, Deus providenciou meios como o Estado com suas leis impedindo que o mundo vire uma anarquia e a família com suas normas de condutas morais. Esses exercem uma influencia sadia sobre a sociedade, mas a medida que a sociedade se deteriora estas instituições são comprometidas e também se corrompem. Por isso, Deus planejou que a mais poderosa coibição de todas dentro da sociedade  fosse seu povo, povo redimido, salvo” (Stott)

Quando as pessoas rejeitam o que sabe sobre Deus ele os abandona às suas noções distorcidas e paixões perversas, até que a sociedade cheire mal as narinas do proprio Deus e todas as pessoas honestas (Cf. Rm. 1:18ss)
Como diz Tasker: “Os discípulos são chamados a ser um purificador moral em um mundo onde os padrões morais são baixos, instáveis ou mesmo inexistentes”.
Reclamamos dos padrões da nossa sociedade. Indignamos-nos com a imoralidade no meio dos nossos jovens; envergonhamos-nos com a pornografia propaga nas novelas; ficamos indignados com a corrupção no meio político; não concordamos com a injustiça social tão cruel que vitima tantas pessoas. O que isto representa? Onde está a influência da igreja na sociedade? Que papel temos exercido como sal e luz neste ambiente de podridão moral e de trevas?
Jesus disse para aquele pequeno grupo de judeus da Galiléia:
“Vocês e tão somente vocês, são o sal da terra e a luz do mundo. E, portanto, vocês não podem falhar para com o mundo ao qual foram chamados a servir. Vocês tem que ser o que são. Vocês são e por isso vocês tem que conservar a sua salinidade e não podem perder o seu sabor cristão. Vocês são luz, e por isso, devem deixar que a sua luz brilhe e não devem escondê-la de modo algum, que seja através de pecado, ou da transigência, pela preguiça ou pelo medo”.

4.      PRODUZINDO RESULTADOS DIANTE DA SOCIEDADE QUE GLORIFIQUEM A DEUS (16)
“Para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.
O resultado do que somos como sal da terra e luz mundo e da nossa influência na sociedade é que as pessoas vão, a princípio nos odiar, nos perseguir e até podem nos matar, mas no fim, Deus é glorificado.
As boas obras abrange tudo que o cristão diz e faz porque é cristão, toda e qualquer manifestação externa e visível da sua fé cristã.
Desse modo louvarão a luz e não a lâmpada que a transmite. Glorificarão a nosso Pai que está nos céus e não aos filhos que ele gerou.
O resultado será: benção para nós mesmos, salvação para os outros e, finalmente glória para Deus.

CONCLUSÃO
Eu e você existimos para a glória de Deus. Que tipo de resultado sua vida, como cristão, está produzindo? O que você é, e o que você faz, tem contribuído para o nome de Cristo ser engrandecido em sua vida e através de você? Somos um motivo para o nome de Deus está sendo glorificado?
Que Deus nos ajude a sermos verdadeiramente sal e luz. Que ele nos livre da omissão. Que venhamos exercer influência de transformação na nossa sociedade e que nossas obras sejam vistas pelos homens para glória do Senhor. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome, da glória!”

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