O ESPETÁCULO DA CRUZ




Texto: Lc. 25:48
Introdução:
Todos os anos, em quase todas as cidades, ou até em igrejas, promovem-se encenações sobre a Paixão de Cristo. Mas, podemos citar como referência nacional, o maior teatro ao vivo do mundo, na cidade de Nova Jerusalém, onde todos os anos, no período da semana santa, é apresentado um espetáculo, com atores famosos sobre a morte de Jesus.
A palavra “espetáculo” parece ser imprópria quando se refere a morte de Jesus, mas foi exatamente esta palavra que Lucas usou para descrever aquele momento.
Para compreendermos melhor por quê Lucas usou esta expressão, vamos observar o contexto deste evangelho.
Elucidação:
O evangelista Lucas, ao descrever a crucificação de Jesus, ele nos dá um detalhe, no versículo 48, que não vamos encontrar, nos outros evangelhos. Ele usa a expressão: “Espetáculo da Cruz”!
Lucas escreveu seu evangelho para os gregos, e nós sabemos que foram os gregos quem mais se destacou nas artes cênicas, no teatro, na oratória, na retórica, filosofia etc. Lucas estava contextualizando sua mensagem à cultura dos gregos.
Ele traz as nossas mentes um palco, onde acontece um espetáculo, que por gerações e mais gerações seriam reapresentado, encenado, fosse desde uma simples peça de escola ou de igreja, a filmes holiodianos, este espetáculo descrito por Lucas, é o maior e mais sublime espetáculo já realizado na história.
Diante disto, podemos afirmar,
Tema: A Cruz de Cristo: Palco das maiores encenações da história:
I – Palco das maiores encenações de amor:
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna”(Jo. 3:16)
João descreve o fato de Deus ter enviado seu único filho como um ato de amor. Mas, não um amor de um romance, ou de uma novela, mas um amor sem limites, tão intenso que ele não encontra palavras para descrevê-lo, então ele diz “de tal maneira”.
Verdadeiramente não há palavras para descrever este amor transmitido naquele espetáculo. Há um hino que diz: “se os mares todos fossem tintas e o céu azul fosse papel, se arvores todas fossem penas não seria possível descrever este amor.”
O próprio Deus afirma em Jeremias 31:3 “com amor eterno te amei com as cordas da minha benignidade te atrai”. Paulo escreve ao Romanos dizendo: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós sendo nós ainda pecadores”
Para quem não conhece esta história, falar da maior encenação de amor seria citar obras famosas como, por exemplo Romeu e Julieta, de SHAKESPEARE. De fato, esta é uma grande obra, aprovada pela critica cinematográfica e também pelo público, mas ela é ínfima diante da maior historia de amor demonstrada na cruz.
Já disse alguém: se estamos procurando uma definição de amor, não devemos ir ao dicionário, mas ao calvário”.
Foi uma morte voluntária.
Ninguém o obrigou, ele mesmo se entregou para morrer por mim e por você. Ele disse: “eu sou o bom pastor, o bom pastor dar a sua vida pelas ovelhas... Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai.” (Jo.10:11 e 18).
Jonh Sttot, faz uma citação no seu livro a Cruz de Cristo, perguntando: “Quem entregou Jesus para morrer? Não foi Judas por dinheiro; não foi Pilatos por temor; não foram os judeus por inveja, mas o pai por amor”
Uma história de amor diferente.
Cristo expressou seu grande amor não apenas com palavras, mas com suas atitudes. Não houve ali nenhuma frase de amor, dizendo “EU TE AMOR”, mas suas ultimas palavras ditas na cruz, contam-se sete frases, nenhum “eu te amor”, mas pode-se ouvir dos seus lábios: “Pai perdoa-os porque não sabem o que fazem”
Não ouve beijos, se não o da traição; ninguém, também declarou que o amava para receber seu amor em troca; não lhe deram flores, mas coroa de espinhos, seu corpo foi dilacerado pelos açoites, foram ditas palavras de blasfêmias a ele. Até seus amigos mais próximos o abandonaram. Ele porem, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.(Jo.13:1)
II – Palco das maiores encenações de vitória
A vitória de Cristo sobre satanás.
“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça ,e você lhe ferirá o calcanhar”.(Gn. 3:15)
Este verso pode ser entendido da seguinte maneira:
* “Entre ti”, refere-se a satanás;
* “Tua descendência”, refere-se a satanás e seus demônios;
* “Seu descendente”, refere-se a semente da mulher que é Cristo;
* “Este te ferirá a cabeça”, vitória de Cristo sobre satanás;
* “Tu lhe ferirás o calcanhar”, natureza temporária da morte de Cristo.
“E vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl.4:4) e João ainda escreveu: “para desfazer as obras do diabo” (I Jo.3:8)
Jesus derrotou satanás na cruz e confirmou na sua ressurreição. Mas é preciso ressaltar que sua derrota será consumada na vinda de Jesus.
Paulo ilustra bem isto em Cl. 2:15 “E despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” na NVI: e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.
Paulo tinha em mente as guerras da época. A maneira como os reis traziam os seus inimigos derrotados e os expunham publicamente.
Jesus quando ressuscitou, apareceu aos discípulos dizendo: “É me dado todo poder no céu e na terra”... Disse, também a João na revelação do Apocalipse: Eu sou o primeiro e o ultimo, aquele que vive, estive morto, mas eis que estou vivo, pelos séculos, dos séculos, e tenho as chaves da morte e dom inferno. (Ap.1:18)
III – Palco das maiores encenações com um final feliz
A redenção do homem (Ef.1:6)
“No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça”
Jesus disse em João 8:24, que “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado”.
O pecado trouxe um fim miserável e infeliz para a humanidade. (Rm.6:23)
“Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.” (Jo.3:18).
Jeremias nos diz: Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.
Jesus foi o único capaz de mudar a história da humanidade e garantir um final feliz. Sua morte, trouxe a garantia da redenção.
Paulo diz: “Tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e constava de ordenanças o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente cravando-o na cruz” (Col.2:14)
Muitos estavam olhando o momento em que Jesus foi crucificado. Talvez, para muitos, aquele seria o fim, de uma esperança que Jesus fosse o Messias. Mas, quem poderia imaginar um fim tão triste? Os judeus esperavam um Cristo que lutaria pelo seu país e sentaria no trono de Davi, não numa cruz. Mas, este era o final que eles esperavam, não o que Deus havia determinado.
Mas, Jesus ao terceiro dia ressuscitou e hoje ele garante vida eterna para todo que nele crer.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão”.(Jo.10:27,28);
“Todo que o Pai me dá virá a mim e o que vem a mim, jamais o lançarei fora” Jo. 6:37
Paulo assegura isto em Romanos 8:
28 Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam,g dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
29 Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos
irmãos.
30 E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou.
31 Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
32 Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?
33 Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós.
35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
36 Como está escrito: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro”h.
37 Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
38 Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demôniosi, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes,
39 nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Conclusão:
“Se Jesus sendo Deus morreu por mim, não há sacrifício grande demais que não possa fazer por ele”
Não podemos separar os privilégios da cruz de Cristo da responsabilidade que ela nos trás.
Como disse Paulo: “Um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co. 5:14,15)
A Cruz de Cristo foi palco das maiores encenações da história. Porque nela foi realizada a maior encenação de amor – do amor do Deus Santo pelo homem pecador; a maior encenação de vitória – o triunfo de Cristo sobre o Diabo, ele derrotado e nós vencedores; é por isso que a Cruz de Cristo, também, foi palco da maior encenação de final feliz, por meio dela passamos da morte para vida.