O NOVO NASCIMENTO



Título: O Novo Nascimento

Texto:  João 3: 1-14

Introdução



Deus ao criar o ser humano o fez perfeito e completo. Coroa de Sua criação. Imagem e semelhança Sua. E, desta forma, Sua obra não estaria completa acaso o ser humano fosse incapaz de tomar decisões por si próprio, de executar as ações decorrentes destas decisões, bem como de entender as consequências de seus atos. Neste contexto disse Deus ao homem:

“... De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2:16-17 ACF)

Mas, a serpente disse:

"... Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal" (Gênesis 3:4-5 ACF)

E preferiu o ser humano crer na serpente a crer em Deus. Faltou-lhe fé em Deus. Faltou-lhe obediência a Deus. E por este pecado, o maior de todos, a falta de fé no Deus Verdadeiro, foi o ser humano expulso do paraíso e fez-se separação entre Deus e os homens:

"Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça" (Isaías 59:2)

E o pecado e todo o mal entraram para a natureza humana e isto lhe causou, por condenação divina, a morte. Pois, mesmo tendo Deus, desde o início, advertido o homem do resultado da desobediência: "Se comeres, certamente morrerás...", ainda assim o homem, dando ouvidos à serpente, ignorou o aviso e, portanto, merecendo foi condenado por suas ações.

Mas, apesar do pecado e da maldade e da escuridão do coração humano, Deus em Sua infinita misericórdia nos amou a ponto de, mesmo estando nós mortos em nossos pecados, providenciar o meio para que pudéssemos nos salvar da condenação eterna causada por nossos pecados.

- A promessa do descendente da mulher (Gn. 3:15)



Elucidação:

Quem era Nicodemos?

Primeiro, a descrição de Nicodemos e de sua posição religiosa:
  • “Havia entre os fariseus... um dos principais dos judeus”... Nicodemos era um legítimo descendente de Abraão; um judeu puro sangue. Os judeus criam que só pelo fato de serem descendentes de Abraão eram filhos de Deus e tinham o direito de serem salvos. 
  • “Entre os fariseus”. Nicodemos pertencia a um grupo separatista, chamado de fariseus. Os fariseus eram extremamente religiosos, iam à sinagoga todo sábado, oravam três vezes ao dia, jejuavam duas vezes por semana, davam o dizimo da hortelã, do endro e do cominho (Mt.23.23), ou seja, das mínimas coisas; 
  • “Um dos principais dos judeus”. Nicodemos tinha prestígio. Provavelmente fosse um dos 70 anciãos membros da Suprema Corte judaica, chamada de Sinédrio. Era uma pessoa de posição importante na época. Era um Rabi, um mestre, um teólogo. Conhecia bem as Escrituras e tinha o dever de ensinar e julgar e corrigir os judeus segundo os mandamentos e preceitos da lei de Moisés. 
  • Mas, Nicodemos não era salvo. Apesar de ter um currículo admirável, a resposta de Jesus para ele foi devastadora, pegou Nicodemos desprevenido. Não podia entrar no Reino de Deus, pois não tinha o requisito principal, o novo nascimento.

Segundo, temos uma descrição do momento em que Nicodemos veio a ter com Jesus:
  •  “Este foi ter de noite com Jesus...”

“Embora porquê Nicodemos veio ter com Jesus à noite, não fique claro, existem duas alternativas mais aceitas com relação a este detalhe destacado pelo autor: Nicodemos veio a Jesus à noite para se beneficiar da cobertura da escuridão, temendo, aos olhos do público, ser associado com o mestre e operador de milagres galileu; Ou, para ter mais privacidade e poder ficar a sós com Jesus e assim poder indagar a Jesus, sem ser incomodado pela multidão. Os rabis daquela época costumavam estudar e debater até altas horas”. (Carson)

Terceiro, temos o diálogo de Nicodemos com Jesus:
  • “... e Lhe disse: ‘Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele” (vs.2)

Embora fosse um mestre destacado, Nicodemos se dirigiu a Jesus chamando-o de Rabi. Isso não sugere que ele cresce que Jesus seja um profeta, muito menos, o Profeta ou o Messias, mas, simplesmente um mestre poderosamente dotado com o poder de Deus. Formalmente, Nicodemos ainda não havia perguntado nada, embora a pergunta implícita pareça ser esta: “Então, quem é você?” Nós sabemos que você é mestre vindo de Deus, mas é mais que isso? É um profeta? É o Messias? (Carson)
  • “A isto, respondeu Jesus: ‘Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus’.” (vs.3).

Quarto, temos um mestre dos judeus cheio de dúvidas, quanto ao novo nascimento:
  • “Perguntou-lhe Nicodemos: ‘Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, por ventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez’?” (v. 4) 
  • “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espirito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sobra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (vs. 5-8)

Quinto, a última pergunta de Nicodemos indica que Nicodemos ficou surpreso com a resposta, mas talvez ainda não tenha entendido o que Jesus quer dizer com “nascer de novo”, “nascer da água e do Espírito”, “todo aquele que é nascido do Espírito”. 
  • “Então, lhe perguntou Nicodemos: como pode suceder isto?” (v.9) 
  • “Acudiu Jesus: tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas”?

Sexto, o texto segue com um monólogo de Jesus até o verso 15 e continua com a narração de João (3.16seg.)

Chamamos a atenção para a dificuldade de Nicodemos entender ou mesmo de aceitar o fato de Jesus dizer para um judeu, religioso e especialmente um fariseu que ele tinha que nascer de novo.

“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus... Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo” (Jo. 3:3,5,7)



Afinal, o que é o novo nascimento?

1.       O que não é novo nascimento?

·          Não é o nascimento natural ou o primeiro nascimento

“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”

·          Não é ser religioso

·          Não é ser batizado nas águas

·          Não é uma mera mudança exterior

“Não é uma pequena transformação que salva o homem, não, nem toda moralidade do mundo, nem todas as graças comuns do Espírito de Deus, nem a mudança externa da vida; tudo isso não é suficiente, a menos que sejamos vivificados e que uma nova vida seja produzida em nós”.

·          Não é reencarnação



2.       O que é novo nascimento?

A palavra usada por Jesus como “nascer”, na língua grega, genethe (de onde vem a palavra genética) de “gennaô” (de onde vem a palavra genealogia) significa tanto “gerar” quanto “nascer”. No caso de João 3.3, a palavra “genethe” vem junta com outra palavra “anothen” que significa literalmente “do alto”; pode também, significar “outra vez” “de novo”, “renascer” (Antony Hoekema)

Outra palavra que encontrarmos no novo testamento é a palavra regeneração (Tt.3:5. 1 Pe. 1.3, 23).

 “Regeneração pode ser definida como a obra do Espírito Santo pela qual ele inicialmente traz as pessoas à viva união com Cristo, transformando seus corações para que aqueles que estão espiritualmente mortos se tornem espiritualmente vivos, habilitados a se arrependerem do pecado, crer no evangelho e servirem ao Senhor” (Antony Hoekema)

“A Regeneração é uma mudança imensa e poderosa realizada na alma pela obra eficaz do Espírito Santo, na qual um princípio vital, um novo comportamento, a Lei de Deus e uma natureza divina são colocados e formados no coração, capacitando a pessoa a agir com santidade, de um modo que agrada a Deus, e fazendo-a crescer nisto para a gloria eterna” (Charnok).

“Uma mudança realizada pelo poder do Espírito Santo no entendimento, na vontade e nas afeições de um pecador, o que consiste no início de um novo tipo de vida e dá outra direção à sua opinião, aos seus desejos, às suas buscas e à sua conduta” (Thomas Scott)



“As vezes é chamada de santa vocação, criação, nova criação, transportar, circuncisão do coração, ressurreição, nascer do alto, nascer de novo, ser vivificado, ser coparticipante da natureza divina, e a mais conhecida é novo nascimento”



3.       Por que é necessário nascer de novo?

Segundo A.W Pink, três fatores determinam essa necessidade: A necessidade da regeneração jaz da nossa degeneração total; a necessidade da regeneração jaz da depravação total do homem; a necessidade da regeneração jaz no fato de que o homem é inapto para Deus.

Em consequência da queda de nossos primeiros pais, todos nascemos afastados da vida e da santidade de Deus, despojados de todas as perfeições com as quais a natureza do homem foi dotada no princípio.

A imagem de Deus em nós foi “apagada” (não totalmente. Conf. Gn.6:9); uma aversão a Deus e o amor pela criatura em lugar do criador tomou o seu lugar; a natureza do homem se tornou uma fonte poluída de onde jorra constantemente águas escusas, impuras.

 O estado do ser humano após a queda é de morte espiritual (Rm. 6.23; 5.12; Ef.2.1), separação de Deus (Is. 49:2; Rm. 3:23), escravidão (Jo. 8:34), condenação (Jo.3:19), inimizade (Ef.2:14), inclinações contrárias a Deus, desobediência e trevas (Tito 3.3-7; II Co.4:4).



 “O homem é uma criatura caída. Isto não significa que apenas algumas poucas folhas murcharam, e sim que toda a árvore apodreceu, da raiz até aos ramos”. (A.W.Pink)

“Cada membro da raça de Adão é uma criatura caída, e cada parte de seu ser complexo foi corrompido pelo pecado. O coração do homem é enganoso... mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr. 17:9). O entendimento dele é cegado por Satanás (2 Co. 4.4) e obscurecido pelo pecado (Ef. 4.18) de modo que ele ama o que Deus odeia e odeia o que Deus ama. As intenções do homem são desprovidas de justiça (Rm.6.20) e inimigas de Deus (Rm. 8.7). Ele não é justo (rm.3.10), está debaixo da maldição da leio (Gl.3.10) e é cativo do diabo. De fato, sua condição é deplorável, e seu caso, desesperador. O homem não pode melhorar a si mesmo, porque é fraco (Rm.5.6). Ele não pode produzir sua própria salvação, pois nele não habita nenhum bem (Rm.7.18). Logo o homem precisa nascer de novo, pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gl.5:15).



4.       Como nascemos de novo?

“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus...” (Jo. 3:3,5)

Ø  Pelo sobro vivificador do Espírito Santo de Deus (v.8)

“Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malicia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Quando, porem, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3.3-7).



Sem o novo nascimento a pessoa está morta espiritualmente e por causa do seu estado de total incapacidade de ir a Deus, ela precisa que uma ação sobrenatural de vivificação do Espírito Santo seja operada na sua vida.

Jesus deixou claro que o novo nascimento não depende de uma ação natural. O “nascer do Espírito” não depende da vontade da pessoa, assim como o nascer da carne não depende de nossa vontade ou da vontade de nossos pais, mas da soberania de Deus. Não podemos agendar nosso próprio nascimento, nem escolher o sexo que vamos nascer, ou a nossa cor. Da mesma forma João diz que acerca dos que nasceram de novo: “O quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo.1:13).

“Antes que o homem possa entrar no reino espiritual, seu entendimento precisa ser iluminado sobrenaturalmente; seu coração renovado e sua vontade libertada”.

“Na regeneração, o entendimento é iluminado pelo Espírito Santo, para que possa compreender os mistérios e a vontade de Deus. E a vontade em si mesma não é mudada pelo Espírito, mas também dotada de habilidades, de modo que, por iniciativa própria, possa querer fazer o bem” (Confissão Helvética)

O Sinodo de Dort diz: Esta graça regeneradora de Deus não age nos homens como se eles fossem seres inanimados; não anula a vontade nem as características da vontade deles; e não a constrange com violência, mas vivifica espiritualmente, cura corrige e, com poder, embora gentilmente, submete-a; a fim de que, onde a rebeldia da carne e a obstinação antes dominavam sem controle, agora comece a reinar uma obediência disposta e sincera ao Espírito. Esta mudança constitui o resgate e a liberdade verdadeira e espiritual de nossa vontade...”



Ø  O Espírito Santo regenera pela Palavra de Deus.

“Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (I Pe. 1:23)

Muito se tem argumentado e discutido sobre o significado de “nascer da água”. Para alguns significa literalmente ser batizado com água; outros veem no batismo um símbolo do “lavar regenerador”, ao qual Tito se refere (Tt.35). No entanto, a interpretação mais aceita é a que fosse mais comum para a mentalidade dos dias de Jesus e, como sabemos havia pelo menos dois tipos de “batismos” naqueles dias,  o batismo para um prosélito se tornar um judaizante ou o batismo de João. É pouco provável que Jesus estivesse se referindo a esses dois tipos de purificação.

Que significa nascer da água e do Espírito? Jesus deixa claro que Nicodemos, por ser um mestre da lei, deveria saber o que significa; logo, podemos deduzir que Jesus estava falando de algo comum já apresentado antes por Moisés ou pelos profetas, algo registrado nas Escrituras judaicas, que nós chamamos de Antigo Testamento.

Vejamos o que diz Ezequiel 36: 25-27:

“Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espirito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”.



Ø  O Espírito Santo, através da Palavra de Deus, gera a fé salvadora (vs.14-15)

“E do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna”.



Jesus ensinava por parábolas e sempre defendia seus argumentos com a própria Escritura. Assim sendo, Jesus utiliza uma metáfora para dizer a Nicodemos que era necessário mais do que simplesmente reconhecer que ele era apenas profeta enviado por Deus, mas que ele era o Messias prometido. A comparação não é comum, mas o significado foi dado desde os dias de Moisés quando estava com o povo de Israel no deserto.

O povo havia murmurado contra Deus por causa do Maná um alimento divino dado por Deus durante os quarenta anos no deserto. O maná simbolizava o próprio Cristo, o pão vivo que desceu do céu. O povo chamou aquele milagre de pão vil ou desprezível. Por causa do pecado Deus enviou serpentes abrasadoras cujas mordidas doíam como queimaduras, deixavam dores terríveis e matavam muito rápido.

Os israelitas reconheceram seus pecados, se arrependeram e pediram a Moisés que intercedessem a Deus para que Ele os livrasse das serpentes. Deus não livrou das serpentes, nem das mordidas, mas providenciou um remédio: o povo deveria olhar para uma serpente de bronze feita por Moisés e erguida numa haste de madeira.

Algumas coisas precisam ser observadas aqui:
  • A cura não estava na serpente; 
  • A cura não estava no fato só de um olhar;A cura não estava apenas no arrependimento, nem na obediência em si; 
  • A cura estava no fato de que aquela serpente era um tipo de Cristo, um símbolo, prefigurando o verdadeiro sacrifício de Jesus. Como uma serpente pode simbolizar Cristo? Ela simbolizava nossos pecados que foram lançados sobre Ele.

“Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e nossas dores levou sobre si; ... Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e por suas pisaduras fomos curados” (Is. 53:4,5)

                “Aquele que não conheceu pecado ele o fez pecado por nós...”  (2 Co.5:21)



5.       Quais as evidências do novo nascimento?
  • Não vive na prática do pecado (II Co. 5.17; I Jo. 3: 6-9; 5.18)
  • Fé em Cristo (I Jo. 5:1)
  • Santidade (I Jo. 2:29)
  • Uma mente espiritual (Cl.3.1-2)
  • Vitória sobre o mundo (I Jo. 5.4)
  • Humildade (Mt. 5.3; Sl.131.2)
  • Prazer em todos os meios de graça (I Pe. 2.2)
  • Amor pelos outros (I Jo. 4.7-8)

A IGREJA, O EXÉRCITO INVENCÍVEL DE DEUS



Texto: Mt. 16. 13-20


Introdução:
Gostaria de iniciar lendo um relato sobre a perseguição aos cristãos na China:  ‘Corria os turbulentos anos da "Revolução Cultural" na China, implementada por Mao-Tse Tung.  Um grupo de cristãos se reunia clandestinamente para adorar ao seu Senhor e compartilhar a sua fé. De repente, o culto foi interrompido por soldados chineses.  De modo truculento, eles retiram as Bíblias das mãos dos crentes ali presentes, amontoando-as no chão.
Um dos soldados, então, ateou fogo naquele punhado de Bíblias, enquanto os outros soldados fizeram um círculo ao redor da fogueira para impedir que alguém chegasse aos livros.
Uma triste expressão havia no rosto daqueles irmãos, que se recusavam a aceitar às pressões do governo para negar a própria fé. O som do crepitar da fogueira se misturava aos gemidos incontidos de alguns. Aquelas folhas, que continham palavras de vida eterna e perdão, agora viravam cinzas diante dos olhos pesarosos dos irmãos.
Foi então que um jovem cristão, ali presente, tomou uma ousada e arriscada decisão.  Ele se esguiou-se por entre os soldados e corajosamente enfiou a mão na fogueira para ver se conseguia salvar algum exemplar do livro sagrado. Só conseguiu pegar uma única página. Os soldados tentaram prendê-lo, mas ele conseguiu se desviar de todos e despareceu na noite.
Dias depois, o jovem reapareceu com o troféu: uma única página chamuscada das Escrituras Sagradas. A igreja se reuniu novamente e só um texto poderia ser lid
o, àquele contido na página trazida pelo jovem crente. Um líder da comunidade, então, tomou a página em suas mãos e fez a leitura do texto que ainda podia ser lido. E o texto dizia assim: "Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.  Então,  Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." (Mateus 16:15-18).
No decorrer do século passado (Sec. XX) centenas de missionários foram expulsos da China. Outras centenas de líderes foram presos. Jiang Qing, esposa de Mao-Tse Tung, chegou a declarar: "O Cristianismo na China foi colocado num museu. Não existem mais cristãos na China".
Mas, apesar disto a igreja continuou firme. Na metade do século passado estimava-se em 750 mil o número de cristãos na China. Em 1983, eram cerca de 50 milhões e hoje se estima que na China exista aproximadamente 130 milhões.

Ao lermos esta história, podemos perceber que ninguém pode for fim a igreja. Ninguém pode destruir, nem vencer este exército, chamado de “Igreja do Deus Vivo”.
É pensando dessa forma que quero refletir sobre o seguinte tema: A igreja o exército invencível de Deus!

Elucidação
      O texto que lemos foi escrito pelo Evangelista Mateus, um judeu, também chamado Levi (Mc2:14), que antes de ser chamado para seguir a Jesus e posteriormente ser um dos doze, foi um coletor de impostos (publicano), trabalhava para o governo romano (Mt.9:9).
      O Evangelho de Mateus foi escrito entre os anos 60-70 a. C. Isto é, antes de Jerusalém ter sido invadida e os judeus expulsos pelo general Tito.
      O ministério do apóstolo Mateus, após a ressurreição de Jesus e o Dia de Pentecoste foi voltado, durante muitos anos, para pregar o evangelho aos judeus que viviam na região da Palestina, por isso, o seu Evangelho foi escrito inicialmente para os judeus.
      O propósito deste Evangelho é apresentar o homem chamado Jesus de Nazaré, como o Messias prometido. Mateus visava responder as indagações dos judeus sobre quem é Jesus? Nesse Evangelho Jesus é apresentado como o “Rei dos Judeus”, o Messias, ou o Cristo, e a palavra chave para a compreensão do livro é “reino dos céus”. Os judeus esperavam pela vinda do Messias, que seria Rei em Israel. Mas, na mentalidade escatológica predominante na época o Messias seria um rei político, que enfrentaria o domínio de Roma, venceria os soldados romanos e se assentaria no trono de Davi para reinar sobre os judeus. Por isso, que há questionamentos a cerca da pessoa de Jesus. Quem é este que cura os enfermos? Quem é este que expulsa os demônios e os mesmos se submetem a sua autoridade? Quem é este que até o mar e o vento lhes obedecem? Por ventura é ele o Cristo?
A cada novo milagre sua fama ia se espalhando e ao mesmo tempo a fúria dos fariseus também ia aumentando. Por um lado as pessoas queriam aclamá-lo rei, e por outro os fariseus procuravam mata-lo. Diante deste cenário que não correspondia com a missão de Jesus, ainda não tinha chegado o momento de ser crucificado e também não veio para estabelecer um reino deste mundo, mas o reino dos céus no coração das pessoas, ele decide se retirar para fora do território dos judeus. Ele vai para Cesária de Felipe, território de gentios, onde os fariseus não se atreveriam a ir procura-lo. Mateus é o evangelista que mais fala sobre os gentios.
Nesse momento Jesus questiona os discípulos com duas perguntas, segundo o texto que acabamos de ler (Ler o texto): Que dizem o povo ser o Filho do Homem? Mas, vós quem dizeis que eu sou?

Observe que pela primeira vez a palavra “Igreja”, eklésia, aparece no NT, quando Jesus disse a Pedro: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Jesus veio formar uma nova sociedade, chamada igreja. Esta palavra embora nova nos ensinos de Jesus não era desconhecida pelos judeus, pois segundo a Septuaginta, a tradução do Antigo Testamento para língua grega, esta mesma palavra era aplicada a Israel. Mas, observe ainda que ele diz no verso 19: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus”.  Não sei qual a atitude dos apóstolos diante disto, mas o fato é que, mesmo sendo algo confuso para um judeu poder compreender, a notícia era boa. Jesus não estava afirmando que ia reinar literalmente em Israel como os judeus esperavam, inclusive os apóstolos, mas, ele falou algo como chamar as pessoas, reunir estas pessoas, edificar sobre ele, e dar chaves, significando autoridade, poder de decidir quem entra ou quem sai deste Reino.
A coisa estava indo bem, até que Jesus faz uma declaração que deixou os apóstolos atordoados: “Desde este tempo começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mt.16:21-23).
Apesar dos ensinos de Jesus, por três anos consecutivos muitas verdades sobre a Pessoa de Jesus, sobre seu Reino ou sobre sua Igreja, só foram desvendadas depois da ressurreição de Jesus e do dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado sobre suas vidas.
No entanto, hoje podemos olhar para estes fatos e ver se cumprir o que Cristo disse sobre a sua Igreja: As portas do inferno não prevalecerão, contra ela. A igreja é indestrutível; a Igreja é invencível!

O.I.: Quais as razões para afirmarmos isto?

1.                  A igreja é fruto de uma soberana e eterna escolha divina (17):
“Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus”.
Esta é a principal, dentre muitas razões, porque a Igreja é invencível: não foi o homem que inventou a Igreja, foi Deus. A igreja não é uma mera instituição projetada pelo homem, ela foi planejada por Deus, e isto a contar desde os tempos eternos.
Jesus está dizendo para Pedro que “não foi carne e sangue, que revelou a ele”, ou seja, “a mera percepção humana, intuição ou tradição meramente humana jamais produziria no coração e na mente desse discípulo a visão dessa sublime verdade que ele acabara de professar de forma tão gloriosa”. Não se trata aqui de uma declaração acadêmica sobre a identidade de Cristo, mas uma genuína confissão de fé pessoal de Pedro, que confessou que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo.
A razão por que não depende da capacidade humana é por causa do pecado. O homem está morto em delitos e pecados, e por si só não tem condições alguma de dar um passo em direção a Cristo, a menos que em sua mente tenha resplandecido a luz do Evangelho de Cristo, pois como diz Paulo: “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Romanos 9:16)
O apóstolo Paulo, em Efésios 1. 3-5 diz: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade...”.
O próprio Senhor afirmou: “Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. (João 1:13)
“Não fostes vós que escolhestes a mim, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros” (Jo.15:16) Ele disse ainda: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44). “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37).
A questão não é se estamos na igreja, ou se escolhemos a igreja certa. É se estamos em Cristo. “Não existe uma Eclesiologia desligada da Cristologia...”

Quando falamos em igreja, não estamos falando das denominações, das igrejas locais ou das instituições que se dizem igrejas. Há muitas por ai se autodenominando de “igreja”, mas são sinagogas de Satanás. 
Já que falamos tanto em Igreja, mesmo sendo um termo conhecido, mas é bom darmos uma definição de igreja:
Podemos definir a Igreja como sendo a comunidade de pecadores regenerados, que pelo dom da fé, concedido pelo Espírito Santo, foram justificados, respondendo positivamente ao chamado divino, o qual fora decretado na eternidade e efetuado no tempo, e agora vivem em santificação, proclamando, quer com sua vida, quer com suas palavras, o Evangelho da Graça de Deus, até que Cristo venha”.

2.      A igreja está firmada em Cristo (18a) 
A igreja não apenas é formada por meio de uma escolha divina, como também tem como fundamento e edificador o Senhor Jesus Cristo.
Jesus disse a Pedro: “A ti te digo, que tu és Pedro, e sobre esta rocha, edificarei a minha igreja” (18).
Fica então uma pergunta: Quem é a pedra, sobre a qual a igreja está edificada?
“A Igreja Católica ensina que nosso Senhor conferiu a São Pedro o lugar de honra e jurisdição no governo de toda sua igreja, e que a mesma autoridade sempre residiu nos papas, ou bispos de Roma, como sendo os sucessores de São Pedro”. De onde surgiu esta interpretação? Isto está baseado em alguns fatos: primeiro que Jesus diz a Pedro: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”; segundo, Jesus faz um trocadinho com o nome Pedro e pedra, petros e petra, ou kepha, (Cefas) no aramaico, significam “pedra”; Pedro tinha uma liderança sobre os demais apóstolos, vista nas atitudes depois do dia de Pentecostes; por último de acordo com a tradição, Pedro se tornou o Bispo de Roma e ali teria morrido. O grande problema nessa interpretação é que não tem respaldo no restante das Escrituras, nem na história da Igreja, sobre essa escolha de Jesus para que Pedro fosse o líder maior, ou o Papa, dando início a uma sucessão apostólica.
Os grandes intérpretes da Bíblia alertam para o perigo da exegese com base no estudo da palavra isolada (etimologia), principalmente quando esta palavra tiver muitos sinônimos.
A melhor maneira de interpretar este texto corretamente é fazendo uma analogia das Escrituras, onde a Escritura interpreta a própria Escritura, nos ajudando a interpretar textos obscuros, à luz de outros textos mais claros.
Portanto, vejamos o que a Bíblia diz quanto ao fundamento da Igreja:  
·           Em 1 Co. 3:11, Paulo diz: “Porque ninguém pode por outro fundamento além do que já está posto, o qual é Cristo”; (Quando um grupo dizia: Eu sou Pedro...);
·           “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef.2:19).
·           Em Colossenses Paulo diz: “Como, pois recebestes o Senhor Jesus, assim, também andai nEle, arraigados e edificados nEle e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças”. (Cl.2.6,7).
Mas, é o próprio Pedro que reforça a tese de Cristo, como a Pedra sobre a qual a igreja está edificada:
·         “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:11-12)
·         "Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. Pois está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será de modo algum envergonhado. Para vós outros, portanto, que crerdes, é preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a pedra principal, angular." (I Pe.2.4-7)
Portanto Cristo é Pedra. A Igreja não é de Pedro. A Igreja é de Cristo. Cristo disse: “Edificarei a minha Igreja”. “Ele é a cabeça do corpo, a igreja” (Cl.1:18), a igreja não é propriedade homem, nem da denominação, não é de apostolo, de bispo, pastor, presbítero ou fundador. A igreja é de Cristo. “Minha igreja”, disse Ele; igreja que “comprou com o seu próprio sangue” (At. 20.28).
 Uma igreja local, do ponto de vista visível, pode até se extinguir. A igreja pode passar por momentos sombrios, de densas trevas, como na Idade Média, mas a Igreja de Jesus, a que é invisível ao olho humano, ela sobrevive vitoriosa.

3.      A igreja está protegida por Cristo (18b)
“… e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16.18).
William Hendriksen comenta este texto da seguinte maneira: “Portas do inferno, por metonímia, representa Satanás e suas legiões a irromperem-se pelas portas do inferno, a fim de assaltar e destruir a igreja”.
Desde o seu início a História da Igreja enfrenta essa fúria infernal de Satanás contra o povo de Deus. Satanás tem se valido de pelo menos, três meios para atacar a Igreja de Jesus:
Primeiro, ele tem usado a força da perseguição física aos cristãos. A igreja nasceu debaixo de fortes perseguições e até vem enfrentando os ataques dos seus opositores humanos e espirituais. Mas, quanto mais a igreja é perseguida, mas ela cresce, e com qualidade. “Talvez o cristianismo não se expandisse de maneira tão bem-sucedida, caso o Império Romano não tivesse existido. Podemos dizer que o império era um tambor de gasolina à espera da faísca da fé cristã”.
Tertuliano, escritor cristão do século II, disse: "O sangue dos mártires é a semente da igreja".
Ilustração: Pedido de oração pela perseguição na China.
Em segundo lugar, ele tem combatido contra o povo de Deus com heresias devastadoras contra os alicerces da fé; A igreja não deve temer a perseguição; ela temer a apostasia. Hoje, não existe perseguição aos cristãos no Brasil, porém a grande ameaça para Igreja brasileira são os falsos ensinos. Estamos vivendo uma era de apostasia sem precedentes na história da Igreja. O misticismo pagão tem adentrado pela porta não só de igrejas neopentecostais, ou pentecostais, mas em muitas igrejas chamadas históricas. Pastores entrando em charcos de lama, em rios poluídos, fazendo da fé um comércio, do púlpito um balcão de negócios, do evangelho um produto e das pessoas os clientes, ou consumidores. 
Terceiro, ele tem atacado na área moral com pecados sexuais, com corrupção material e com soberba no coração. Escândalos e mais escândalos acontecendo!
Mas, a promessa do Senhor é que a Igreja é vitoriosa. “A igreja não caminha vitoriosamente à parte da assistência e proteção de Cristo. Ele disse: Os inimigos da igreja são muitos e perigosos, mas Jesus é o nosso escudo e protetor. Ele é o general desse glorioso exército que caminha triunfantemente rumo à glória”.

4.      A igreja é embaixadora de Cristo na terra (19)
Segundo a interpretação feita por Champlin, ele diz: “As chaves simbolizam o poder e a autoridade; Cristo tem um Reino, o reino dos céus, e a chave para abrir a porta do Reino é a proclamação do Evangelho, a proclamação de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo... aquele que tem a chave do reino dos céus, determina quem deve ser admitido e a quem se deve recusar admissão”.
O catecismo de Heidelberg, Dia do Senhor 31, P.83.:  O que são as chaves do reino do céu?
“A pregação do santo evangelho e a disciplina eclesiástica. É por esses dois meios que o reino do céu se abre para os que crêem, e se fecha para os incrédulos.
P.84. Como se abre e se fecha o reino do céu pela pregação do evangelho?
R. De acordo com o mandamento de Cristo, o reino do céu se abre quando se proclama e se testifica de público a todo o crente — individual ou coletivamente — que Deus perdoou de fato a todos os seus pecados por causa dos méritos de Cristo, sempre que aceitam a promessa do evangelho com fé verdadeira. O reino do céu se fecha quando se proclama e se testifica a todo os incrédulos e hipócritas que, enquanto não se arrependerem, a ira de Deus e a condenação eterna repousam sobre eles. Segundo esse testemunho do evangelho, Deus os julgará tanto nessa quanto na vida porvir”.
Pedro teve o privilégio de abrir a porta do reino de Deus quando pregou no Dia de Pentecostes (At.2), quando pregou para os samaritanos (At.3) e para os gentios (At.10). Mas esse privilégio não é só de Pedro, ele foi “o primeiro entre os iguais”. Jesus escolheu a igreja como agência dele na terra e comissionou a todos para proclamar o evangelho de Cristo em todo mundo: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. (Mt.28:18-20); “Eu vos escolhi e vos designei para que vades e deis frutos”; “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).

Conclusão
A era apostólica passou; os pais da igreja também passaram; os reformadores, os puritanos os avivamentos todos passaram. As denominações passam ou mudam com o tempo. Os irmãos que fundaram esta igreja, já passaram ou hão de passar. Mas, a promessa de Cristo continua de pé. Ele não permitirá que a igreja seja destruída, mas ela continuará avançando pelo território do inimigo. 
1. A igreja é fruto de uma soberana e eterna escolha divina (17); 2. A igreja está firmada em Cristo (18a) 3. A igreja está protegida por Cristo (18b) 4. A igreja é embaixadora de Cristo na terra (19)